fonte: Medscape

Os inibidores da bomba de prótons (IBPs) estão entre os medicamentos mais prescritos para o tratamento e a prevenção de doenças do trato gastrointestinal superior mediadas por ácido e vêm sendo cada vez mais usados ​​para fins cujos benefícios ainda são incertos.

Embora os IBPs sejam geralmente seguros, os pacientes não devem usar nenhum medicamento quando não houver expectativa razoável de benefício com base em evidências científicas ou na resposta a um tratamento anterior. Os médicos são responsáveis ​​por determinar se a indicação de uso do IBP é absoluta ou condicional e, quando houver incerteza, considerar a perspectiva do paciente quanto ao uso do medicamento.

As diretrizes de conduta para a suspensão do uso de IBPs da American Gastroenterological Association (AGA) foi revisada por um grupo de especialistas e atualizada com o objetivo de fornecer aos médicos uma orientação rápida sobre a pertinência da suspensão do tratamento com IBP, um tema de grande importância clínica, e definindo as melhores práticas para cada cenário clínico. [1]

Suspensão do uso de inibidores da bomba de prótons: 10 conselhos da AGA

  1. Todos os pacientes em uso de IBP devem passar por uma revisão regular das indicações de uso, com o registro dessas indicações. O médico assistente do paciente deve ser responsável por esta revisão.
  2. A retirada do IBP deve ser considerada para todos os pacientes sem indicação definitiva de uso prolongado deste medicamento.
  3. A redução da dose do IBP deve ser considerada para a maioria dos pacientes com indicação de uso crônico que tomam o medicamento duas vezes ao dia, passando para uma vez ao dia.
  4. A suspensão do IBP geralmente não deve ser considerada em caso de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) complicada (p. ex., pacientes com história de esofagite erosiva grave, úlcera esofágica ou estenose péptica).
  5. A tentativa de retirada do IBP geralmente não deve ser considerada para pacientes com esôfago de Barrett conhecido, esofagite eosinofílica ou fibrose pulmonar idiopática.
  6. Antes da suspensão do IBP, o risco de hemorragia gastrointestinal superior deve ser avaliado por meio de alguma estratégia baseada em evidências.
  7. A retirada do IBP não deve ser considerada para pacientes com alto risco de hemorragia gastrointestinal superior.
  8. Pacientes que suspendem o uso prolongado de IBP devem ser informados ​sobre a possibilidade de manifestarem sintomas transitórios do trato gastrointestinal superior devido à hipersecreção ácida de rebote.
  9. suspensão do uso de um IBP pode ser feita de forma gradual ou abrupta.
  10. A decisão de suspender o tratamento com um IBP deve ser exclusivamente pautada na ausência de indicação de uso e não na preocupação com eventos adversos relacionados. A presença de ou a anamnese positiva para eventos adversos relacionados ao IBP em um paciente que faça uso regular do medicamento não é indicação independente de suspenção da terapia. Da mesma forma, a presença de fatores de risco de eventos adversos associados ao uso do IBP também não constitui indicação independente de suspensão do fármaco.

Conclusão

As decisões para apoiar a suspensão do uso de IBPs são complexas e as consequências da suspensão inadequada ou mal feita podem ser significativas. Por outro lado, o uso indiscriminado de IBPs na ausência de indicação clínica ou quando a indicação é pouco clara, contribui para aumentar o custo da assistência médica, além de representar um risco de lesão na completa ausência de benefícios para os pacientes.